Trânsfuga de Classe
São tantas, que eu nem sei por onde começar.
Acho que o pior era sempre na escola, onde mesmo a cabecinha pequena de uma criança de 6 ou 7 anos, consegue organizar algumas comparações e começa a conceber a ideia de que o mundo é o mesmo, mas é diferente para todos que vivem nele.
Minha escola ficava em zona rural, era composta por dois prédios térreos e compridos, cada um com mais ou menos com 5 salas de aula e espaços de gestão, recreação escolar e a temida sala da diretora. O pátio era de brita, a pintura um pouco gasta e uma figueira enorme fazendo sombra em alguns bancos que os alunos se sentavam para aguardar o sinal. Meu pai me levava até lá todos os dias, percorrendo uma estrada de chão por uns 5 km e mais uns 2km de asfalto. Lembro dessa estrada e das placas marcando os quilômetros ao longo do trajeto: quilômetro 237, quilômetro 238 e a escola à esquerda.
O mais curioso, é que quando você é pobre, nem sempre sabe o quão pobre é, principalmente criança, quando nunca passou noite alguma fora de casa, fora dos limites do lugar em que nasceu, quando nunca se viu o que tem “lá fora”. Qualquer coisa muito além da cidadezinha de 5 mil habitantes era o desconhecido, inexplorado e inalcançável. Existe uma crença de que não se pode ir a lugar nenhum que já não se conheça e um certo pasmo com quem não tem medo de ir a qualquer canto. As novelas e tudo que existe na tv, existe só de brincadeira, a vida não pode ser aquela, já que ninguém da minha cidade vive assim. Aquele é o jeito que se tem que viver.
A casa de madeira, um botijão de gás que quase explodiu, o chinelo manchado de terra batida que ficava na entrada da casa. Os vasos de planta feitos com latas de tinta das casas que meus pais pintavam no verão. Perto da Páscoa, saímos andando pela estrada de terra batida e se colhia macela para fazer as cestas em que colocamos as cascas de ovos de galinha pintados com o resto de tinta guache diluída em água. Quando chegavam as sacolas de roupas, nada era tão fascinante. Viajar para europa não significava nada para gente, nem sabia onde era e nem lembro de conhecer alguém que foi até lá, então pensar nisso nem chegava perto da alegria de abrir aquela sacola gigante de plástico branco e grosso e descobrir o que serviria em mim naquele inverno e o que eu poderia guardar para próximo, sabendo que iria abrir o armário religiosamente 365 dias do ano esperando o momento para ser a terceira ou quarta pessoa a usar aquele moletom. Mas claro, precisava consultar qual era a categoria daquela peça: as mais velhas, surradas, furadas, com a costura comprometida podiam ser as roupas de ajudar na roça, ficar em casa ou dormir. As roupas em bom estado, podiam ser as roupas de ir a escola e tinham aquelas que eram mais ajustadas, um tecido melhor, uma cor mais coerente, aquelas eram para os domingos e nada mais.
Eu encarava o tênis surrado, mas sempre impecavelmente limpo e lavado religiosamente aos finais de semana, enquanto sacolejava a caminho da escola no Ford Fiesta roxo do meu pai. Ele trabalhava como tudo que aquela gente precisava que ele fosse: cortador de grama, marceneiro, eletricista, cozinheiro, pintor, agricultor, encanador, pescador, motorista de lancha, segurança. Meu pai arriscou a vida várias vezes para salvar a tv de 42 polegadas dos donos do sítio onde morávamos, ou talvez, tenha arriscado a vida para salvar o salário e alimentar a família, já que quando ele era pequeno, tudo faltou. Meu pai também ocupava a função de me levar pra escola, já que o ônibus não passava na estrada de chão.
Tinha até um vizinho que podia dar carona e às vezes até deu, mas era muito desconfortável andar com eles, pois eu não sabia como me comportar ao lado da filha dele, que guardava os brinquedos em caixas organizadoras, diferente de mim que guardava na sacola reaproveitada das doações de roupa.





Passar pelas mudanças das políticas públicas no Brasil que se iniciaram em 2003, quando eu tinha apenas 8 anos, mudou a vida da minha família e eu considero até hoje, essa a coisa mais impactante que aconteceu no rumo da minha história. Honestamente, eu não sei qual seria a história ou o rumo da minha família se não fossem por essas mudanças.
A implementação de políticas sociais efetivas teve um grande impacto na vida dos brasileiros mais necessitados, desde o aumento do salário mínimo, até a ampliação do acesso a serviços de saúde e educação alteraram significativamente a vida, como mostram os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a pobreza extrema no Brasil caiu de 10,5% em 2002 para 4,2% em 2010. Além disso, o número de pessoas que passavam fome no país também diminuiu significativamente. Em 2002, cerca de 14,8% da população brasileira sofria com a fome. Em 2010, esse número havia caído para 4,6%.
Eu e minhas irmãs somos a primeira geração da família a ter ensino médio e superior, entramos na faculdade por conta de outras medidas importantes feitas nesse período para garantir a inclusão social e o desenvolvimento econômico do país, como a criação do Programa Universidade para Todos (PROUNI), que oferece bolsas de estudo em universidades privadas para estudantes de baixa renda, e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), que financia o acesso à educação superior. Ninguém da minha família teria condições naquela época de ir para faculdade, se não fossem esses programas.
Na semana passada, eu entrei numa livraria e me deparei com o novo livro do Jeferson Tenório, "De onde Eles Vem", lançado no finalzinho do ano passado.
Jeferson Tenório nasceu no Rio de Janeiro, em 1977, mas se mudou para Porto Alegre ainda muito jovem, ele é graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua como professor de língua e literatura na rede pública de ensino de Porto Alegre. Em entrevistas, o autor conta que o seu amor pela literatura surgiu depois dos 20, o que é um grande incentivo a pegar um livro e iniciar esse hábito, independente de quantos anos você tem. Nunca é tarde para começar a ler.
Ele é autor de “O Avesso da Pele” e eu tive o prazer de ouvi-lo falar em alguns momentos ao longo dos últimos anos e mais recentemente, na FLIP de 2024. Eu imediatamente peguei o livro em mãos e me dirigi ao caixa, pois os livros de Jefferson sempre me lembram um colega que tive no ensino fundamental.
Em “De Onde Eles Vem”, Joaquim, o condutor da história, é um personagem fundamental para entender o Brasil das últimas décadas, esse brasil em que A Lei de Cotas foi sancionada em 2012 e estabeleceu a reserva de 50% das vagas em universidades e institutos federais para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas, sendo que metade dessas vagas deveria ser destinada a candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. Antes da implementação dessa lei, a presença de estudantes negros em universidades públicas era muito baixa. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2010, apenas 2,2% dos estudantes das universidades federais eram pretos e 5,5% eram pardos.
"Num primeiro momento, eles tinham muita curiosidade sobre mim, porque eu era um rapaz negro retinto, morador de Alvorada, o que não era muito comum ali, mas quando descobriram que eu era cotista, eles se tranquilizaram, já presumiam saber tudo sobre mim”.
Joaquim é órfão, negro, pobre, vive com a avó e uma tia e tem o sonho de viver de literatura considerando a faculdade como o unico caminho para tal. Caminho esse, cheio de obstáculos. Falar da lei de cotas é, ainda, infelizmente, em algumas mesas um assunto acalorado. Recentemente, eu me retirei de uma dessas mesas, pois os grandes entusiastas de bitcoin sentados ali, adoram espalhar notícias falsas e criticar políticas públicas das quais eles nem entendem e nunca nem sentiram a necessidade na pele. Não me chamem para sentar nas mesas. Na época, eu ainda era muito nova, mas eu criei o hábito de ler jornal para aprender novas palavras e foi ali que eu entendi como eu e meu amigo da escola fundamental poderíamos entrar na faculdade. Aprovar a Lei de Cotas gerou matérias acaloradas também, foi uma luta e penso no tamanho que esse momento teve para a história desse país, o quanto melhorou a vida de milhões de brasileiros, claro, para aqueles que estão dispostos a ver.
Mas o livro não fala da aprovação de uma lei, ele fala do que veio depois. Ele fala sobre os estudantes que chegam nesse ambiente, no qual mesmo sendo maioria da população, estiveram sempre nas margens. A história dos primeiros cotistas nas universidades desse país é uma outra luta que foi travada para permanecer num espaço que os estranhava.
“Lembro de ter entrado no curso com tanta vontade. Como se fosse minha única chance na vida. Mas os problemas externos me tomaram de tal maneira que a universidade se tornou grande demais para mim. Na verdade, eu comecei a desenvolver raiva e ao mesmo tempo inveja dos meus colegas que podiam ter crises existenciais, que podiam trancar o curso, ou mesmo desistir dele.”
A jornada de Joaquim vai ensinar muito sobre o Brasil.




Antes de finalizar a 5a série, mudamos de cidade. Acho que meu pai cansou de arriscar a vida dele defendendo a televisão de 42 polegadas dos outros, agora que a gente também podia ter uma dessas em casa. Eu fiz par e dancei com meu único colega de turma negro na festa da escola daquele ano e até hoje eu penso no que esse momento significou para nós dois, quer dizer, no que a minha memória me faz lembrar dele. Eu usava uma saia marrom que minha mãe achou no brechó e uma blusa rosa de poliéster puro, que era de domingo. A roupa não combinava nada com a temática da festa onde todas as meninas usavam vestidos de prenda adornados com rendas e saias volumosas. O único tênis que eu tinha também destoava muito das sapatilhas envernizadas delas. Ele estava vestido com os trajes típicos da festa, o que eu também acho que destoava muito, já que nós dois sonhávamos em sair dali, em ter a coragem daqueles que vão para todos os cantos. Dois desencaixados, mas eu espero com essa vontade que vem pressionando o osso esterno do peito, que ele também teve a vida transformada pelas políticas públicas desse Brasil das últimas décadas que me salvou.
Eu espero que ele tenha contribuído com as estatísticas de 2010, em que 41% dos alunos matriculados nas universidades federais eram negros e pardos. Número que já ultrapassou 50% nos últimos anos.
A Lei de Cotas também contribuiu para a promoção da igualdade social no Brasil, aumentando as oportunidades para a população mais vulnerável do país.
Eu nunca mais consegui contato com meu colega, por isso fica esse desejo de transformação para ele, onde quer que esteja. E para gente, fica a tarefa de nunca se sentar em mesas que propagam a deserviços sociais, levantar-se delas mostrando a insatisfação e destacando a ignorância e racismo ali presentes. Às vezes, parece que o mundo vai aumentando, só que tem cada vez mais gente nele e menos pessoas.
Foi na universidade que eu pude escrever pela primeira vez e foi nela que eu vivi as experiências que me fizeram criar um blog. Ali também, eu vivi momentos bem humilhantes, principalmente os de não ter dinheiro para comprar os materiais para os projetos ou então pagar as impressões dos trabalhos escritos que precisavam ainda ser entregues em via física. Eu trabalhava 8 horas, chegava às 8h no trabalho e só voltava pra casa a meia noite, depois da faculdade e mesmo que essas fossem todas as horas do meu dia doadas para o trabalho e o estudo, eu não tinha dinheiro para pagar o material. A sensação de ter que explicar para o professor o motivo pelo qual eu não entregaria o trabalho é um dos sentimentos que eu nunca vou esquecer, principalmente, porque eu era margem em uma universidade privada. Eu era bolsista, eu me sentia completamente deslocada.
Talvez a maior lição que a gente aprende na vida vindo de uma família de baixa renda é resiliência, pois você sabe que são pouquíssimas as chances de mudar sua realidade, então você precisa resistir a todos os obstáculos, a todas as inadequações, a todos os sentimentos humilhantes. Mas você resiste, você lava os sapatos ao domingo, aprende as palavras difíceis no jornal, trabalha o dia inteiro e estuda a noite toda, faz os projetos aos finais de semana, você entra na roda de conversa do café do intervalo na faculdade, você grava na memória de quem estão falando e vai pra casa pesquisar para aprender sobre no final do dia. Você aceita a carona, você oferece sua vida pela televisão do burguês, você finge que ri junto com eles da sua pobreza e você faz isso com um sorriso no rosto, por ainda assim, pobre, você quer rejeitar cada pedaço dessa realidade na sua vida. Não te ensinaram o emocionário quando criança, então você não sabe que sente vergonha e que sente raiva, mas você sabe que quer alguma vingança, quer alguma reparação, então você é resiliente.







Em "Vingar minha raça" −discurso proferido na entrega do Nobel, em 2022−, Ernaux conta que, quando era uma estudante de letras, entre "jovens da burguesia", pensava ingenuamente que se tornar uma escritora seria suficiente para vingar a linhagem "de gente desprezada por suas maneiras, seu sotaque, sua falta de cultura". Ela acreditava que seu sucesso poderia "apagar séculos de dominação e pobreza" e seria suficiente para "reparar a injustiça social de nascença".
Então comovido por esse sentimento, você pega o diploma, muda de trabalho, muda de cidade, aprende, estuda, ganha mais dinheiro, lê com a insaciável fome de nunca mais ficar para trás, o incontornável medo de perder tudo e o incontestável fato de que já não pertence mais de onde veio e nem pertence onde está.
O termo trânsfuga de classe foi elaborado por Pierre Bourdieu, e ele fala sobre o sofrimento que acomete a primeira geração de formados na educação superior de uma família, como consequência de um sentimento de desajuste ao novo ambiente, muitas vezes descrito como estranho e hostil combinada com a mudança no padrão de relações sociais do indivíduo, percebida também como afastamento de sua origem.
Sem dúvida, como coloca Pierre Bourdieu, “ir de baixo para cima é guindar-se, trepar e trazer as marcas ou os estigmas desse esforço” e este é o caso das trajetórias de mobilidade educacional na educação superior brasileira, retratadas, na maior parte das vezes, como um movimento difícil e que guarda em si um enorme desgaste pessoal. Afinal de contas, é uma necessidade conciliar estudo e trabalho; a deficiência dos conteúdos ensinados; as longas distâncias percorridas entre a casa, o emprego e a universidade e depois de tudo isso, ainda lidar com os impactos psicossociais provocados pela mobilidade educacional vivida no ensino superior. Sentimentos de solidão, não pertencimento e deslocamento são mencionados como efeitos colaterais de “subir na vida” e enfrentar ambientes distintos daqueles habituais.
O termo vem se popularizando muito e acho que ele chegou aos meus ouvidos pela primeira vez quando a Annie Ernaux participou da FLIP e mais tarde eu assisti a sua mesa. Nascida numa família de operários e pequenos comerciantes da Normandia, Ernaux se define como uma “trânsfuga de classe”. Os seus livros sao autossociobiograficos, ela escreve sobre memória e analisa como sua ascensão social por meio da educação a afastou de sua cultura proletária de origem e sobre a opressão exercida sobre as mulheres.
A Annie tem uma escrita que, a partir de um método "de exploração interior e exterior", tem uma intenção. E essa intenção, para além de artística, é também social. Quando você lê um livro dela entende que ali não existem metáforas, nem sinais de emoção" para que a violência viesse "dos fatos e não da escrita". Para nós, mulheres, acho que essa dinâmica tem um lugar de impacto diferente, justamente porque a violência é sempre muito explícita, mas por não ser narrada, parece que é abafada no nosso interior e os sentimentos não são o suficiente para elaborar o que aconteceu. O acontecimento por si só, fala mais. Inclusive, um de seus livros mais cultuados, intitulado “O acontecimento” (que já virou filme), narra um aborto clandestino ao qual ela se submeteu no início dos anos 1960 e está diretamente conectado com esse pano de fundo social, onde ela fala que estar gravida era uma das piores coisas que poderia acontecer a uma jovem como ela, ali inicia-se sua luta e todo enfrentamento a que se submete diante das leis, dos confrontos pessoais e rupturas sociais e religiosas.
Annie Ernaux
Ao lado você pode assistir na íntegra o discurso da escritora no recebimento do Nobel de Literatura em 2022. Ative as legendas na plataforma para acompanhar em português.
Viver esse momento na história e na literatura é uma coisa muito importante. No passado, escritores provenientes da burguesia sempre transformavam as histórias sobre pessoas pobres e pessoas negras em personagens vagabundos e alcoólatras. Viver esse momento onde trânsfugas de classe contam as suas versões, honram as suas memórias faz desse mundo um lugar um pouquinho mais justo. Só um pouquinho. Era necessário que um autores advindos do seio da classe operária, que vivenciaram desigualdades sociais, acendessem intelectualmente para contar a história verdadeira dessas famílias.
Quando a Annie Ernaux terminou seu discurso aceitando o Nobel de literatura, ela terminou dizendo que não sabia ao certo se havia cumprindo ou não a promessa que fizera de vingar seu povo. No entanto, acrescentou que “foi dessa promessa, e de meus antepassados, homens e mulheres trabalhadores, acostumados a trabalhos que os fizeram morrer cedo, que recebi força e raiva suficientes para ter o desejo e a ambição de dar-lhes um lugar na literatura, em meio a esse conjunto de vozes que, desde muito cedo, me acompanharam, dando-me acesso a outros mundos e a outras formas de ser, incluindo a de me rebelar e querer mudá-lo, de modo a inscrever a minha voz de mulher e de trânsfuga de classe naquilo que ainda hoje apresenta-se como um espaço de emancipação, a literatura”.
Foi com a Annie que eu me senti capaz de escrever. Que eu percebi que talvez, houvesse ali um lugar onde eu pudesse conectar a minha experiência de vida até aqui com tudo aquilo que me atingiu e atinge socialmente. A minha vida é muito esquisita frente aos meus olhos de criança e meus olhos de mulher, pois são visões completamente diferentes e o medo de que elas possam se confundir ou se apagar existe diariamente.
É uma sensação que gera estranheza e ansiedade, eu até evito pensar muito sobre ou falar sobre, mas existe esse reconhecimento de que você pode amar sua família, mas essa distância causada pela mobilidade social te fazer sentir que não tem exatamente um lugar para voltar, e que até mesmo, voce nao fala mais a mesma língua que a sua família, tudo fica muito diferente. Então é só voce por voce, e voce também sabe que não existe esse papo de ascensão social, pois por mais dinheiro que você conquiste nessa escalada de classe, isso não te compra a mesma bagagem ou um lugar na mesa ou a segurança de quem que já tem dinheiro há muitas gerações na família. A nossa sensação de segurança e de cuidado são muito diferentes, essas marcas não vão embora e elas acabam por moldar toda sua experiência, fazendo dela um caminho um tanto solitário.
Ansiando por um futuro suportável, a gente sempre segue resistindo e a resistência se torna um pouco mais fácil, quando temos o privilégio de ver a nossa história sendo retratada de forma mais justa e ocupando espaço nas narrativas sociais. Que as políticas públicas que salvaram tantos de nós ganhem cada vez mais corpos e rostos nesse mundo.